sexta-feira, 27 de julho de 2012

MIRO TEIXEIRA PROPÕE ANISTIA PARA CACHOEIRA REVELAR NOMES DOS "POLÍTICOS CORRUPTOS"


O mote foi dado pela empresária Andressa Mendonça, esposa do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira: a vida do casal ia muito bem até ele se envolver com “políticos corruptos”. A frase, dita em entrevista por Andressa, não passou despercebida por um dos parlamentares mais experientes do atual Congresso, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). Segundo deputado mais antigo do Congresso (com mais tempo que ele, há apenas o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte), em seu décimo mandato na Câmara, Miro diz que está na hora de Cachoeira falar tudo o que sabe sobre os políticos com os quais se relacionava. “Nós queremos os nomes deles”, afirma em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco.

Titular da CPI que apura as relações políticas do contraventor, preso desde março, o pedetista sugere que Cachoeira receba um benefício que vá além da chamada “delação premiada”, instrumento que prevê a redução da pena do acusado em troca de revelações sobre o processo.

“Se ele souber mais do que nós sabemos, poderíamos encontrar uma fórmula por meio da qual ele se explicaria sobre o jogo para a polícia. Na parte das relações políticas, ele poderia receber uma espécie de anistia. Não é difícil construir, pelo bem que ele poderá prestar ao Brasil”, sugere.

Com a experiência de quem participou das CPIs do PC e dos Anões do Orçamento, duas das que tiveram maior repercussão na história do país, Miro Teixeira rebate as críticas de que a CPI do Cachoeira não tem avançado em relação às investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Para ele, a comissão já produziu resultados: abriu caminho para a cassação de Demóstenes e impediu a venda da Delta Construções para o Grupo JBS.

E tem tudo para revelar “fatos surpreendentes”. “Ela já chegou a resultados. E chegará a vários lugares. Não vamos imaginar que acabaremos com a criminalidade no ambiente público. Temos de revelar que a impunidade ficou mais difícil”, afirma. Para ele, esse é o maior legado que a CPI pode deixar.


Do Congresso em Foco
por Edson Sardinha e Rudolfo Lago


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