O Rio Grande do Norte não possui nenhum herói nacional. Pelo menos com registro no Livro dos Heróis da Pátria, onde figuram Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont, Chico Mendes e outros. E a frase de Cascudo volta à tona: "Natal não consagra, nem desconsagra ninguém". Foi preciso o senador pernambucano Marco Maciel inscrever um Projeto de Lei sugerindo a inclusão de seis nomes no concorrido livro. Entre eles está o de um potiguar: o índio Poty, mas conhecido como Felipe Camarão. Se aceito, será o primeiro índio reconhecidamente herói nacional.
Todos os seis nomes participaram de forma ativa da Insurreição Pernambucana contra o domínio holandês (1624-1654). Dentre eles, Felipe Camarão, o Governador dos índios brasileiros e estrategista da Batalha dos Guararapes, em 1648. Após essa batalha, os holandeses nunca mais impuseram resistência considerável e seis anos mais tarde oficializaram a rendição, sendo expulsos do Brasil. A bravura do índio - considerado um dos patriarcas do Exército brasileiro - rendeu honrarias em Natal: Felipe Camarão é hoje nome da sede da prefeitura, de bairro, de rua e da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada.
Mas são homenagens pontuais em determinados momentos da história, pouco levadas adiante. No bairro periférico de Felipe Camarão, mesmo os moradores desconhecem a história do índio. "Desde 1998 se comemora no colégio Felipe Camarão a data de morte de Poty, mas ressaltam mais a história do bairro do que do índio", lamenta o pesquisador Aucides Sales. E partiu dele a ideia, há três anos, de levar essa comemoração às ruas. "O povo precisa conhecer a história de Poty. Não só o cidadão potiguar, mas o índio precisa sentir orgulho de si. E a figura de Felipe Camarão é emblemática", disse Aucides.
Na última quarta-feira, a solenidade em lembrança da data de morte do índio Poty ocorreu na Rua Felipe Camarão, na Cidade Alta. Um cortejo percorreu ruas do Centro para colher assinaturas solicitando a aprovação do projeto de lei de autoria do senador pernambucano, e seguiram até a Livraria Poty. Lá, foi realizada singela apresentação do grupo de dança Toré, formado por índios do Amarelão (de João Câmara) - uma das cinco comunidades indígenas do Rio Grande do Norte catalogadas na Funai, que enviou representante para acompanhar a apresentação e recebeu as assinaturas.
Também foram convidados e prometeram presença o vereador Franklin Capistrano (autor da lei que reconhece Felipe Camarão como herói municipal), o deputado estadual Hermano Morais (que elaborou o projeto de lei que tramita hoje na Assembleia Legislativa com o mesmo propósito, a nível estadual) e a deputada federal Fátima Bezerra, relatora da Comissão de Educação e Cultura do Congresso, responsável pela análise da solicitação do reconhecimento nacional. Apenas a deputada enviou representante. Nenhum dos edis esteve presente, para lamento da família Camarão.
Fonte: Diário de Natal
Todos os seis nomes participaram de forma ativa da Insurreição Pernambucana contra o domínio holandês (1624-1654). Dentre eles, Felipe Camarão, o Governador dos índios brasileiros e estrategista da Batalha dos Guararapes, em 1648. Após essa batalha, os holandeses nunca mais impuseram resistência considerável e seis anos mais tarde oficializaram a rendição, sendo expulsos do Brasil. A bravura do índio - considerado um dos patriarcas do Exército brasileiro - rendeu honrarias em Natal: Felipe Camarão é hoje nome da sede da prefeitura, de bairro, de rua e da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada.
Mas são homenagens pontuais em determinados momentos da história, pouco levadas adiante. No bairro periférico de Felipe Camarão, mesmo os moradores desconhecem a história do índio. "Desde 1998 se comemora no colégio Felipe Camarão a data de morte de Poty, mas ressaltam mais a história do bairro do que do índio", lamenta o pesquisador Aucides Sales. E partiu dele a ideia, há três anos, de levar essa comemoração às ruas. "O povo precisa conhecer a história de Poty. Não só o cidadão potiguar, mas o índio precisa sentir orgulho de si. E a figura de Felipe Camarão é emblemática", disse Aucides.
Na última quarta-feira, a solenidade em lembrança da data de morte do índio Poty ocorreu na Rua Felipe Camarão, na Cidade Alta. Um cortejo percorreu ruas do Centro para colher assinaturas solicitando a aprovação do projeto de lei de autoria do senador pernambucano, e seguiram até a Livraria Poty. Lá, foi realizada singela apresentação do grupo de dança Toré, formado por índios do Amarelão (de João Câmara) - uma das cinco comunidades indígenas do Rio Grande do Norte catalogadas na Funai, que enviou representante para acompanhar a apresentação e recebeu as assinaturas.
Também foram convidados e prometeram presença o vereador Franklin Capistrano (autor da lei que reconhece Felipe Camarão como herói municipal), o deputado estadual Hermano Morais (que elaborou o projeto de lei que tramita hoje na Assembleia Legislativa com o mesmo propósito, a nível estadual) e a deputada federal Fátima Bezerra, relatora da Comissão de Educação e Cultura do Congresso, responsável pela análise da solicitação do reconhecimento nacional. Apenas a deputada enviou representante. Nenhum dos edis esteve presente, para lamento da família Camarão.
Fonte: Diário de Natal