terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ARTIGO - JUSTIFICATIVAS VÃS PARA O FIM DO ATENDIMENTO PEDAGÓGICO NO CRE

Profa. Eurídice Carvalho


O que tenho colocado para meus colegas, como integrante da equipe pedagógica do CRE que sou, é que antes de todos os fundos que hoje mantém a Educação nos Estados e Municípios, todas as escolas eram mantidas com o FPM e outras verbas, os fundos chegaram e, hoje, não se cogita mais o uso desse dinheiro que mantinha todas as escolas, para manter um órgão importante como o CRE, ou seja, o setor pedagógico do CRE só pode continuar existindo se houver verba direcionada para o órgão e os tipos de atendimento pedagógico que ele comporta. Tal verba tem que ser suficiente para mantê-lo sem envolver nenhuma possibilidade de busca de material de expediente ou qualquer tipo de ajuda nas secretarias municipais. Nós, que trabalhamos lá e percebemos a importância do nosso trabalho, muitas vezes compramos papel, jogos, cola, linhas, lápis de cor, fazemos cópias de atividades impressas em nossos computadores, pois o de lá raramente tem tinta. Enfim, se quisermos que nossas oficinas funcionem como devem, desenvolvendo um trabalho diferenciado para o qual nos especializamos, muitas vezes pagando cursos do nosso bolso (atualmente 15 profissionais participam de curso de Libras pagando), precisamos dispor de nosso dinheiro para compra de material, parte da tão falada e invejada gratificação de que dispomos, ocasionalmente, fica por lá mesmo.

Outra justificativa interessante é a que coloca quais serão os profissionais que atuarão nas salas multifuncionais, ora se há necessidade de profissionais comprovadamente especializados, por que a análise de currículos de profissionais que participarão de cursos, se no CRE, existem profissionais que serão relocados para outras escolas conforme a necessidade do município? Os profissionais do CRE são, em sua maioria, especialistas, e continuam ampliando seu conhecimento na área como citei acima.

E, para terminar, a mais interessante de todas as justificativas, que não foi publicada, mas colocada para os profissionais, agora teremos o direito de participar dos cursos financiados pelos vários fundos, pois, como profissionais de um órgão que não pode ser considerado escola, antes não podíamos. Talvez a nossa ignorância esteja justamente aí, que cursos são esses? Durante todos esses anos os profissionais do CRE têm feito cursos, alguns especialíssimos com profissionais da SUESP, outros de especialização em que patrocinamos nossa formação, como Psicomotricidade, Psicopedagogia, Gestão Escolar, Arteterapia e Libras. Ao término dos cursos não temos direito à gratificação por curso de especialização, mas, ainda assim, continuamos desenvolvendo nosso trabalho muito bem, obrigado.

Eurídice Carvalho Armán Lima

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