segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ARTIGO - A CONTINUIDADE DO CRE

Foto: Arquivo Amauri Freire
Essa fotografia foi feita em 2006 após uma apresentação do Grupo de Bambelô da Associação Cajupiranga, atendendo convite da direção do CRE. Uma manhã inesquecível vivida por todos os que lá se encontravam naquele dia.



A CONTINUIDADE DO CRE



Um dos argumentos colocados pelo poder público municipal para transformar o CENTRO DE REABILITAÇÃO EDUCACIONAL em Escola Regular é a implantação das seis salas de recursos multifuncionais, que supostamente daria o suporte pedagógico necessário aos alunos com necessidades educacionais especiais da rede de ensino.

O trabalho pedagógico oferecido no CRE não inviabiliza a criação das salas de recursos multifuncionais ou vice-versa. É preciso entender que desenvolvemos um atendimento terapêutico interdisciplinar, oferecendo suporte ao sujeito com deficiência para se desenvolver nos mais diversos aspectos, inclusive o escolar.

A função da sala de recursos é realizar as adaptações curriculares necessárias para um bom desempenho do aluno portador. Para tanto, ela deve contar com uma rede de apoio, que são os serviços complementares dos quais o aluno necessita para garantir sua permanência na escola. Nela, não são desenvolvidos os atendimentos de Psicopedagogia, Psicomotricidade, Arteterapia, oficinas temáticas, projetos como Adolescer e Adultescer, Acreditar (com os pais) ou qualquer outro de cunho terapêutico.

Não seria então a hora de pensar que o nosso município deveria se orgulhar em manter esses dois espaços de tão grande importância para a pessoa com deficiência?

Há muitos depoimentos de mães cujos filhos se beneficiaram com esse atendimento interdisciplinar. Temos vários exemplos de usuários que seguiram em sua vida acadêmica e se deram bem. Temos também aqueles que por motivos diversos de suas patologias, nunca experimentaram um banco escolar e as escolas estão longe de oferecer condições para isso.

O CRE funciona para esses usuários como um dos poucos espaços de socialização e aprendizagem que fornecem prazer e alegria de conviver em grupo. Sendo assim, verifica-se quão tamanha é nossa responsabilidade com essas famílias e maior ainda deveria ser a do município em criar mais espaços que pensem nesta clientela.

Tatiane Lima de Araújo

Um comentário:

  1. Quero parabenizar minha querida Tatinha, pelo texto enxuto e objetivo com que explana a necessidade de que o CRE continue prestando serviços à comunidade mipibuense. Como excelente profissional que é, expôs a situação sem sentimentalismo e com extrema clareza. Beijos Tatinha.
    Eurídice C. A. Lima

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