Padre Matias Soares
POLÍTICA E GESTÃO
Entramos no ano da campanha político-partidária para eleição dos futuros chefes dos executivos municipais. Decerto, é um período que envolve “todo” o país. As alianças já começaram a ser feitas, outras ainda a serem traçadas. Nós deveríamos acreditar que é para o bem comum. Infelizmente, a população não espera que seja para isto. Tanto que, cada um procura seu lugarzinho na sombra. Quem quer dinheiro fácil e poder, para manter o status e a vaidade, pensa súbito num cargo eletivo. Deixo a ressalva, que não generalizo. “Ainda” há políticos bons. Temos bons exemplos de prefeitos e vereadores que correspondem à confiança do povo.
Algo que deveria já se ter presente é o projeto ou a marca dos futuros candidatos. Qual o projeto político-administrativo dos mesmos? Estar na hora de cada um “projetar” o que vai realizar durante os mandatos, que são do povo. Todo bom gestor precisa duma equipe de gente capaz e idônea para fazer uma boa administração. O gestor que não trabalha com gente preparada política e tecnicamente para cuidar da “Res Publica” se perde e faz muito mal à comunidade. É fácil observar que a maioria dos políticos, ou não tem capacidade intelectiva para perceber isto, ou é viciado nas trapaças da politicagem aética e imoral.
O povo brasileiro não tem educação política. Em hipótese alguma, este é culpado por este dado. Se nem educação de qualidade existe! Por isso, que a massa é manobrada com tanta facilidade. Hoje, com os meios de comunicação, a situação piorou. Deveria ter melhorado, mas quem tem o dinheiro, também, tem os meios de comunicação, que deveriam ser usados por pessoas dignas e responsáveis.
Um sentimento de “corresponsabilidade” precisa provocar as pessoas de boa vontade. Neste sentido, os cristãos precisam rezar e assumir o seu papel. O que estamos fazendo para não compactuar com a mazela da mediocridade que causa tanta injustiça, fome, morte no mundo, e principalmente em nossas comunidades? O que é mais engraçado, é que muitos esperam que um grupo saia para outro entrar, sem analisar que se a política estivesse “acompanhada” da boa administração, não se precisaria sonhar com a desgraça do outro para que eu possa ter alguma “coisinha”! Precisamos dar uma racionalidade à questão política. Aqui não falo de “utopia” (não-lugar)”, e sim de esperança que tem um lugar muito real na vida de cada pessoa. Uma política racional é arte que faz o bem e a justiça.
Por isso, caros futuros candidatos, preparem vossos projetos e planejamentos político-administrativos. O que vocês dirão em praça pública precisará ter consistência. Me permitam dizer que: julguem, vejam e ajam! Depois que passar a campanha, cumpram o que disseram no palanque. Para a melhoria de vida do nosso povo e a fim de que, oxalá, um dia, todos (ou a maioria) reconheçam a vossa dignidade! Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú-RN
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