quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A FAVELIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU


Volto mais uma vez a tratar desse tema que entristece os que realmente conhecem São José de Mipibu, uma cidade que já foi considerada uma das mais lindas do Rio Grande do Norte, pelo seu belíssimo conjunto arquitetônico em estilo colonial, hoje quase que totalmente destruído.



O centro histórico da cidade tinha uma composição quase perfeita, formado por três praças, tendo como referência a imponente Igreja Matriz, infelizmente também desfigurada em sua arquitetura original.

O que vemos hoje são raros resquícios de uma época importante, vivida numa cidade que figura entre as cinco mais antigas do estado.

Quase todos os velhos casarões foram destruídos, dando lugar aos atuais prédios comerciais e alterando um dos mais belos cenários urbanos do período colonial.


Como se não bastasse tudo isso, em pleno século 21, vem a prefeita Norma Ferreira e acha de construir um "sulancódromo", justo no único lugar onde ainda existe os últimos resquícios desse importante patrimônio paisagístico e histórico.

E como em São José quase tudo segue a cantiga da perua, o monstrengo construído pela prefeita tomou contornos terríveis.


Sem nenhuma explicação convincente os usuários ocuparam o espaço sem que o mesmo estivesse concluído.

O que nós vemos hoje é um aleijão num espaço nobre da cidade, ferindo uma Lei Municipal (Plano Diretor), e transformando o centro histórico numa favela.



A única certeza que eu tenho, é que SÃO JOSÉ NÃO MERECE ISSO.

E que enquanto alguma coisa não for feita no sentido de corrigir esse erro absurdo, este blogueiro continuará escrevendo e cobrando das nossas autoridades uma solução.

Registre-se ainda a omissão de todos os vereadores da cidade no descumprimento do Plano Diretor, todos eles "profundos conhecedores" da Lei que o criou.

Ano que vem tem eleição e cabe a você, caro leitor e eleitor, prestar um pouco mais atenção na hora de votar.

Pense nisso!

3 comentários:

  1. Existe uma ação judicial contra essa situação, mas até hj não foi julgada.

    ResponderExcluir
  2. Caro amigo Amauri,
    A propósito dessa sua matéria sobre “A favelização do Centro Histórico de São José de Mipibu”, como já pode ter observado, nas minhas idas a São José, tenho evitado transitar pelas ruas e praças dessa cidade que aprendi, desde sedo, a amar.
    São José de Mipibu, outrora, embalou meus sonhos, como também de outros tantos jovens estudantes que participavam efetivamente da vida sócio-cultural de nossa cidade. Tempo de casarões coloniais, de praça com coreto e jardins, onde a população podia transitar nos finais de semana, após a tradicional missa em nossa linda matriz.
    Sou do tempo em que a única alteração cometida por esses jovens era uma saborosa vaia no relógio do campanário quando, este, ecoava as suas badaladas em descompasso com a hora, fosse pra mais ou pra menos. Era um tempo de pureza, até na forma de expressar um “protesto” juvenil.
    Quantas vezes, “tia” Lourdes Fagundes, dona Euza Palhano, “seu” Zé da Bicicleta ou nosso queridíssimo Padre Antonio nos repreendia por essa vaia inconseqüente... E nós, com o devido respeito a essas figuras ilustres e queridas, parávamos a nossa ingênua bagunça e íamos pra casa, envergonhados da peraltice cometida... Bons tempos aqueles.
    Mas, também era um tempo em que não víamos ninguém se atrever a desfigurar o patrimônio arquitetônico de São José, nossas praças e logradouros, tempo em que não víamos a nossa tradicional feira mergulhada no caos, não víamos carros de som pelas ruas competindo em decibéis, não víamos jovens se drogando abertamente à luz do dia ou da noite, não víamos túmulos serem violados impunemente, não havia bocas-de-fumo comercializando drogas livremente, não víamos assaltos ao comércio ou a pessoas, jamais vimos o Grupo Escolar Barão de Mipibu ser transformado em prisão de desordeiros nas grandes festas e eventos, nunca vimos blocos carnavalescos se agredirem por disputa de espaço e desorganização, nunca vimos corridas ou “pegas” de motos em plena via pública, enfim, são tantas as novidades tristes e lamentáveis que já não me interessa passear pela minha cidade quando aí estou. Quando muito, vou a uma padaria ou farmácia.
    Fico triste, aborrecido e decepcionado com muitos de nossos companheiros que hoje, investidos de mandatos eletivos, se portam como se São José estivesse na mais perfeita ordem. Com raríssimas exceções, não se envolvem diretamente com nada. Fazem lá os seus discursos, divagam sobre os reais problemas da cidade, promovem audiências públicas com o objetivo de dar alguma satisfação aos seus fiéis e eternos eleitores e nada mais. De resto, a discussão primordial são os conchavos para o próximo mandato que, com certeza, já começam a montar a partir das novas mídias. E, algumas, quase sempre, estão a serviço dessas “legítimas lideranças”. Uma pena.
    O clamor já se faz ouvir, visto que a situação, segundo as notícias que recebo, é gravíssima.
    Resta saber se esse povo sofrido saberá montar trincheiras para se defender das próximas investidas dos seus algozes...
    Pobre São José, eras tão linda e já não te reconheço. Conseguiram desfigurar teu corpo e tua alma. Um dia, que espero não demore, teus vilões responderão por tudo que te fizeram por ação predatória ou omissão.

    Edílson Avelino (Didi Avelino) – Rio de Janeiro

    ResponderExcluir
  3. Do Blog:
    Caríssimos,
    o Ministério Público já tem conhecimento do descumprimento do Plano Diretor e já foi por várias vezes questionado.
    A resposta que ouvimos quanto ao assunto em questão é que há prioridades na mesa, como assuntos relacionados a crianças e idosos.
    Descumprimento de lei é rotina e órgãos fechar os olhos a esses fatos, também.

    Mas não devemos desistimular e continuar cobrando a quem de direito o cumprimento do dever.

    A princípio só vejo uma forma, a sociedade de forma organizada cobrar, pois sozinhos é impossível!

    Fica a sugestão e estou as órdens se desejarem minha cooperação e convido a todos que gostam de São José de Mipibu e querem o bem de seu povo, a se engajar nessa.

    Um abraço.

    ResponderExcluir