Na Escola Municipal Janilson Ferreira, localizada na comunidade de Sítio Buracos, zona rural de São José de Mipibu, nem a memória do que deveria ser uma espécie de patrono da escola está sendo honrada. Em sua fachada não há sequer o nome do ilustre homenageado. Ninguém sabe se é por falta de tinta, de pintor, ou se é por mero descaso mesmo, o que é bem mais provável.
Por sinal, há mais duas homenagens ao célebre ex-prefeito em prédios e instalações públicas de Mipibu. O “estádio” de futebol do Pau Brasil, e mais uma escola municipal na comunidade do Arenã.
Lá na escola do Arenã o nome tem a seguinte grafia: Escola Municipal Prefeito Janilson Ferreira.
Será falta de criatividade ou excesso de puxa-saquismo?
Todavia, se o problema dessa pequena e singela escola fosse só esse, a coisa estava boa até demais. Na verdade o que me levou realmente a escrever esse texto, foi algo muito mais grave e vergonhoso para todos nós mipibuenses.
A Escola Municipal Janilson Ferreira obteve a média 1,5 no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a "nota" do ensino básico no país, que vai de uma escala de 0 a 10, estabelecida pelo MEC (Ministério da Educação), que fixou a média 6, como um objetivo para o país a ser alcançado até 2021.
A média da escola foi a mais baixa do município, ficando entre as piores do estado e do país.
O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb – para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil – para os municípios.
O IDEB foi criado em 2007, e serve tanto como diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos.
Curiosíssimo esse dado, diante da realidade de Mipibu.
Diante dessas informações resolvi fazer uma visita a Escola Municipal Janilson Ferreira, no final da manhã de hoje, numa tentativa de melhor compreender o que levou a mesma a ser tão mal avaliada nas estatísticas do IDEB.
Por sinal, há mais duas homenagens ao célebre ex-prefeito em prédios e instalações públicas de Mipibu. O “estádio” de futebol do Pau Brasil, e mais uma escola municipal na comunidade do Arenã.
Lá na escola do Arenã o nome tem a seguinte grafia: Escola Municipal Prefeito Janilson Ferreira.
Será falta de criatividade ou excesso de puxa-saquismo?
Todavia, se o problema dessa pequena e singela escola fosse só esse, a coisa estava boa até demais. Na verdade o que me levou realmente a escrever esse texto, foi algo muito mais grave e vergonhoso para todos nós mipibuenses.
A Escola Municipal Janilson Ferreira obteve a média 1,5 no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a "nota" do ensino básico no país, que vai de uma escala de 0 a 10, estabelecida pelo MEC (Ministério da Educação), que fixou a média 6, como um objetivo para o país a ser alcançado até 2021.
A média da escola foi a mais baixa do município, ficando entre as piores do estado e do país.
O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb – para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil – para os municípios.
O IDEB foi criado em 2007, e serve tanto como diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos.
Curiosíssimo esse dado, diante da realidade de Mipibu.
Diante dessas informações resolvi fazer uma visita a Escola Municipal Janilson Ferreira, no final da manhã de hoje, numa tentativa de melhor compreender o que levou a mesma a ser tão mal avaliada nas estatísticas do IDEB.
Conversei bastante com a diretora, a Sra. Dulce Rodrigues, uma espécie de Madre Tereza do agreste. A Sra. Dulce cuida da escola com muito zelo e carinho. É como se a mesma fosse uma extensão de sua casa.
QUESTÕES ESTRUTURAIS
A estrutura física do prédio encontra-se em bom estado, com algumas exceções que relataremos mais adiante. As salas de aula, os pátios, os banheiros e a cozinha, limpos e asseados. Nota 10 nesses itens. Graças ao empenho da diretora Dulce e de sua reduzidíssima equipe, que consegue tirar leite de pedra pra manter esse padrão.
A escola não dispõe de um único ASG, em função disso a diretora Dulce, paga mensalmente, do seu próprio bolso, a quantia de R$ 50, 00 (cinqüenta reais) para um trabalhador manter o pátio externo limpo.
Não há vigilância hora nenhuma no prédio, fato este que já resultou em roubos e furtos ocasionais ao patrimônio público. Mesmo já tendo sido feitas várias solicitações, a administração do município faz vista grossa ou ouvidos de mercador, deixando a escola vulnerável aos ladrões.
A escola não dispõe de um único ASG, em função disso a diretora Dulce, paga mensalmente, do seu próprio bolso, a quantia de R$ 50, 00 (cinqüenta reais) para um trabalhador manter o pátio externo limpo.
Não há vigilância hora nenhuma no prédio, fato este que já resultou em roubos e furtos ocasionais ao patrimônio público. Mesmo já tendo sido feitas várias solicitações, a administração do município faz vista grossa ou ouvidos de mercador, deixando a escola vulnerável aos ladrões.
O único problema grave do ponto de vista estrutural é a questão da água que é consumida pela comunidade escolar. A caixa d’água além de ser amianto, (material inadequado para armazenamento de água para beber por ser cancerígeno), não dispõe de uma tampa, ficando exposta a todo tipo de sujeira como poeira e insetos. Toda a água utilizada para o consumo humano é “coada” num pano de algodão.
Alguém acredita que essa água é própria e adequada para consumo humano?
Peço encarecidamente que alguém da Secretaria Municipal de Saúde faça a gentileza de visitar esta escola o mais breve possível, e dê uma solução definitiva pra o problema. Caso contrário, eu mesmo irei à Vigilância Sanitária Estadual e farei uma denúncia, em nome da saúde das dezenas de crianças que ali estudam.
Acho que fui bem claro.
Também chama atenção a estrutura que sustenta a caixa d’água, uma obra tosca e mal feita que lembra a Torre de Pizza, não pela beleza, mas porque é torta. Coisa feia e, se observada pela questão da segurança, perigosa.
Alguém acredita que essa água é própria e adequada para consumo humano?
Peço encarecidamente que alguém da Secretaria Municipal de Saúde faça a gentileza de visitar esta escola o mais breve possível, e dê uma solução definitiva pra o problema. Caso contrário, eu mesmo irei à Vigilância Sanitária Estadual e farei uma denúncia, em nome da saúde das dezenas de crianças que ali estudam.
Acho que fui bem claro.
Também chama atenção a estrutura que sustenta a caixa d’água, uma obra tosca e mal feita que lembra a Torre de Pizza, não pela beleza, mas porque é torta. Coisa feia e, se observada pela questão da segurança, perigosa.
Outro fato lamentável é a ausência de coleta do lixo produzido no estabelecimento. Como não existe esse serviço, o lixo é acumulado há poucos metros da cisterna de água, e, vez por outra é feita a queima dos resíduos, algo inconcebível nos dias atuais.
Cadê as Secretarias de Obras e de Meio Ambiente?
Vamos trabalhar!
Cadê as Secretarias de Obras e de Meio Ambiente?
Vamos trabalhar!
QUESTÕES PEDAGÓGICAS
Se observarmos a questão pela ótica pedagógica, tenho certeza que qualquer pessoa de bom senso, fica de cabelo em pé.
Conversei com coordenadora pedagógica Marisol Braga, e com o prof. Jailson Henrique. É desolador o quadro.
Conversei com coordenadora pedagógica Marisol Braga, e com o prof. Jailson Henrique. É desolador o quadro.
Com uma tal de contenção de despesas instituída pela administração municipal após a greve dos professores no primeiro semestre, a escola conta hoje apenas com apenas cinco turmas, sendo duas pela manhã e três à tarde.
Quase 100 (cem) alunos foram estudar em Monte Alegre, revoltados com o fechamento das turmas de Sítio Buracos para a as escolas de Curral Novo e Laranjeiras do Abdias. Alguns pais inconformados com a decisão deixaram os filhos sem estudar.
Quase 100 (cem) alunos foram estudar em Monte Alegre, revoltados com o fechamento das turmas de Sítio Buracos para a as escolas de Curral Novo e Laranjeiras do Abdias. Alguns pais inconformados com a decisão deixaram os filhos sem estudar.
Agora o que mais chama atenção é um sistema adotado na escola para reduzir o quadro de professores. Trata-se de uma “coisa” chamada de “Escola Ativa”, uma mazela criada pelo Ministério da Educação, que permite um professor ministrar aulas simultâneas para duas séries numa mesma sala de aula, também conhecida como classe multisseriada.
Outra informação que também obtive foi a falta de treinamento dos professores para trabalhar com o tal método.
Na há quem me convença de que tal método tenha eficácia, e a prova maior está aí, só não vê quem não quer.
O fracasso da Escola Municipal Janilson Ferreira decorre de vários fatores, mas, enquanto os administradores municipais ficarem nos “faz de conta que eu governo”, não haverá um único avanço nesse sentido.
Compromisso com a educação é outra coisa.
Outra informação que também obtive foi a falta de treinamento dos professores para trabalhar com o tal método.
Na há quem me convença de que tal método tenha eficácia, e a prova maior está aí, só não vê quem não quer.
O fracasso da Escola Municipal Janilson Ferreira decorre de vários fatores, mas, enquanto os administradores municipais ficarem nos “faz de conta que eu governo”, não haverá um único avanço nesse sentido.
Compromisso com a educação é outra coisa.
Amauri, parabéns pela matéria. Essa é a cruel realidade da educação mipibuense. Esse quadro precisa ser mudado urgentemente.
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