O ANO DA FÉ
O Papa Bento XVI, com a Carta Apostólica “Porta Fidei”, proclamou o Ano da Fé. Segundo o Pontífice, este “é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados” (cf. PF, 6). Eis a questão que está inserida na dinâmica da Fé, não como “conquista” humana, mesmo estando vinculada ao humano, mas como virtude teologal concedida por Deus, que permanece no coração do Homem para que ele possa estar em comunhão com o Senhor e confiar que Ele realizará o que promete (cf. 1Cor 13,13; Rm 4,21). Ainda é dito que “a Fé é um modo de Já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem” (cf. Hb 11,1). O Papa Bento XVI constata justamente que muitas pessoas vivem uma profunda crise de Fé, que denega os valores por ela inspirados. Analisando as conseqüências de tal fenômeno o Pontífice diz que “o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus, que convida a crer nele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4,14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustendo de quantos são seus discípulos” (cf. PF, 3).
Pensando teologicamente, uma pergunta aos que já tiveram Fé em Deus e começaram a confundi-Lo com uma idéia, ou alguns outros, que não tiveram a oportunidade de conhecer a verdade sobre a Fé: o que seria do futuro da Civilização ocidental se Deus viesse a ser ofuscado pelas ideologias relativistas, atéias e gnósticas? Existe uma problemática existencial que muitos não têm consistência intelectiva e moral para abordar e que exige, por isso, muito mais do Cristianismo para que esta elucidação possa ser tratada e discutida. Entregar e fomentar um “desaparecimento de Deus” é dramático para a condição humana. Existem correntes e grupos marginais que trabalham sistemicamente com este intuito. Por outro lado, outros que cintilam fenômenos religiosos sem Deus ou com uma carga de espiritualismos desencarnados e ingênuos. Sem dúvida, na raiz destas questões antropológicas, está o aspecto transcendental do ser humano como alguém que espera sempre o absoluto. A história confirma esta necessidade humana pelo Absoluto. Com o Ano da Fé, a Igreja quer fortalecer a chama da Fé dos cristãos que permanentemente precisam crer na obra de Deus.
O Papa define que o Ano da Fé terá início em 11 de outubro de 2012, no cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, em 24 de novembro de 2013. Ainda diz que na referida data completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica. Com estes acontecimentos somos remetidos ao desejo do Santo Padre de fazer com que, tanto o estudo, como a justa interpretação dos documentos conciliares sejam fomentados e realizados para que a “Nova Evangelização para a transmissão da Fé” tenha bom êxito e consistência para formação dos homens de hoje. Não podemos trair o que a Igreja pensou para sua ação pastoral, tendo em vista os desafios da modernidade, no diálogo interno e externo que estava sendo tão necessário e que ainda continua a ser.
Por fim, que em todas as Dioceses, paróquias e demais instâncias eclesiais, haja empenho de todos na formação e na missão na celebração dos 50 anos do Concílio, 20 anos do CIC, nos 50 anos da Campanha da Fraternidade, na JMJ e na implantação dos Planos Pastorais diocesanos, que nos fortalecerão na comunhão e na Nova Evangelização! Assim o seja!
Pe.
Matias Soares
Pároco
de S. J. de Mipibu e V. Episcopal Sul
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