SOLIDARIEDADE
Prezado Padre Matias,
Estou acompanhando o blog "O Mipibuense".
Sou solidário e peço que voce não se intimide diante das ameaças e agressões que vem sofrendo.
Creio que os irmãos estão equivocados com a sua postura, como Pároco. Voce deve ser firme e não perder a ternura...
Resolvi lhe escrever, pois, estou vendo claramente que estão querendo lhe condenar por uma coisa que voce não fez e, pior, estão usando de má fé para com você e a comunidade...
Na noite do sábado, chegando à matriz, esperei até às 19:40 para ver se o pessoal baixava o som para que eu pudesse iniciar a celebração. Fato que não ocorreu. Fui pessoalmente ao Batalhão da Policia Militar para pedir a sua intervenção, no sentido de que conversassem com os responsáveis pelo movimento para baixarem o som ou pararem, enquanto celebrávamos.
Revoltados, alguns chegaram a "invadir" o templo. Alguns fiéis se levantaram dos bancos para irem conter a turba na porta da matriz. Pedi que ninguém revidasse e continuássemos a celebração. Creio que alguém tenha comunicado novamente à polícia o fato, de modo que, em seguida, chegaram as viaturas, para conter os ânimos dos que estavam revoltados.
Ontem (domingo, 12/12) pela manhã, escrevi um comentário no blog "o mipibuense" e até agora, pela manhã(segunda, 13/12), nada foi publicado, o que, para mim, tornou-se um fator de desrespeito, não à minha pessoa (Perceval me conhece, fomos amigos e parceiros nos trabalhos do CEAP aí em S José de Mipibu, no passado - inclusive, ele sabe mais do que ninguém, que sempre fui a favor da organização popular e jamais destratarei qualquer movimento que luta por seus "direitos". No entanto, também dizia no comentário que fiz, que o "direito de um começa quando o do outro termina". Eles sabiam que a matriz estava aberta e que haveria celebração e que, com aquele barulho seria impossível iniciar o culto). Neste comentário, expliquei ao Perceval que, quem havia chamado a Polícia Militar, havia sido eu, Diác. Adilson, pois voce não estava na cidade, como de fato, voce foi celebrar fora. Expliquei também e sei que ele sabe, que, primeiro: a lei nos garante(não só a nós católicos - mas, a qualquer local de culto) que nos horários de Culto, deve-se evitar movimentos que atrapalhem o momento celebrativo; Segundo: o acordo com o Ministério Público para não ter festas em torno da matriz, com "som pesado" e de forma permanente, é para preservar a estrutura da matriz. Perceval também sabe e eu escrevia assim para ele, que, nas cidades históricas, hoje é proibido qualquer tipo de atividade sonora que cause vibrações para não haver risco de prejuizo ao Patrimônio Cultural. O povo de São José de Mipibu, há de entender que, independente de religião, a nossa matriz é, por sua história, um PATRIMONIO CULTURAL DA COMUNIDADE e que todos, assim, devem preservá-la.
O problema é que, eu que estou de fora e nada sabia do movimento daquele dia e do que estava acontecendo, somente a partir de ontem comecei a acompanhar o blog. Percebo, como qualquer pessoa de bom senso, que estão querendo tumultuar, denegrir e jogar os fiéis contra o seu Pároco. Creio que sejam pessoas insatisfeitas pelo modo como voce vem conduzindo a Paróquia, que, quer queiramos ou não, há muito necessitava de alguém que tivesse mais pulso, tanto pastoralmente, como administrativamente. Como dizia D. Nivaldo, "a Igreja não é uma democracia; é uma hierarquia, instituida por Jesus Cristo". Sei muito bem disso. Experimentei ultimamente isso na minha própria pele. E o melhor: reconheço que foi para o meu bem e o bem da própria Igreja. Não tenho medo e nem vergonha de testemunhar isto.
Caro irmão, solidário com voce, neste momento, envio este email. Se voce achar prudente e quiser lê-lo para o conhecimento de todos, publicá-lo e enviar a quem de direito, sinta-se bem à vontade. Se necessário, estarei aberto ao diálogo, como também escrevi ao Perceval.
Espero que a situação seja contornada o mais breve possível e os mipibuenses, sobretudo, os católicos, saibam discernir que a sua postura é a posição da Igreja e esta acolhe a todos/as, só que não pode se comportar como uma "mera instituição laica". Sua postura é a postura de Jesus que ama o pecador, acolhe-o... porém, isso não significa compactuar com tudo, mesmo que isso represente uma organização que luta pelos direitos... Os Movimentos devem lutar pelos direitos, respeitando a diversidade, os direitos de outrem. Parece-me que isto não está claro na cabeça dos irmãos...
Qualquer coisa, estou à disposição.
Um abraço fraterno.
Diác. Francisco Adilson da Silva
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