sexta-feira, 29 de junho de 2012

OPERAÇÃO PÃO E CIRCO LEVA 28 PARA A CADEIA NA PARAÍBA



A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 28, durante a Operação Pão e Circo, deflagrada na Paraíba, três prefeitos e outras 25 pessoas acusadas de envolvimento no desvio de recursos públicos supostamente destinados à contratação de atrações artísticas (principalmente bandas de forró) para apresentações em festas de Reveillon, São João, São Pedro e Carnaval em 13 municípios do Estado.

Os prefeitos são Renato Mendes (Alhandra), João Clemente Neto (Sapé) e Francisco de Assis Melo (Solânea). A esposa do prefeito de Solânea também foi presa. As assessorias dos prefeitos acusados não quiseram falar sobre o assunto e vão esperar orientações dos advogados. Em Alagoas, a PF cumpriu mando de prisão contra o empresário Carlos Abílio Ferreira da Silva, que atuava na Paraíba.

Além deles, foram presos três secretários municipais e servidores das prefeituras investigadas. Segundo o procurador-geral de Justiça da Paraíba, Oswaldo Trigueiro do Valle Filho, os desvios de recursos federais, estaduais e municipais chegam a R$ 65 milhões. Foram R$ 15 milhões em recursos federais e R$ 50 milhões em recursos estaduais e municipais. Trigueiro Filho disse que vai pedir à justiça a cassação dos mandatos dos três prefeitos.

De acordo com a PF, os prefeitos vão responder por falsificação de documentos públicos e privados, falsidade ideológica, crime contra a ordem tributária (sonegação), corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A Operação Pão e Circo teve a participação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, e da Controladoria Geral da União (CGU). Participaram da operação cerca de 300 policiais federais, 30 policiais militares, 20 auditores da CGU e 12 promotores de Justiça.

A PF cumpriu 93 mandados judiciais expedidos pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região (sediado em Recife) e pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Foram 28 mandados de prisão temporária, sete de condução coercitiva e 65 de busca e apreensão. Na Operação, a PF também prendeu um funcionário da Prefeitura de João Pessoa acusado de envolvimento em irregularidades na contratação da empresa responsável pelo show pirotécnico no último Reveillon.

Para chegar aos acusados, a PF analisou mais de 40 mil horas de gravações telefônicas autorizadas pela Justiça. Os policiais também apreenderam documentos, veículos nacionais e importados, R$ 56 mil em dinheiro, HDs, armas, documentos e uma lancha.

"Empresas de um mesmo proprietário, em nome de filhos e esposas, concorriam entre si em eventos como São João, São Pedro, Carnaval e festas de emancipação política", disse o procurador Oswaldo Trigueiro do Valle Filho. Ainda segundo o procurador, as fraudes eram feitas em licitações nas modalidades "dispensa e inexigibilidade" para contratações de bandas musicais, equipamento de som e iluminação, serviços de segurança e comercialização de fogos de artifício.



O Estado de S.Paulo
Adelson Barbosa dos Santos


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COMENTÁRIO DO BLOG

 
Por que será que essa operação não chegou até o Rio Grande do Norte?

Com certeza o mesmo expediente é utilizado aqui pelas terras potiguares, e, se prestarmos bem atenção talvez haja casos bem próximos.

É público e notório o envolvimento de parentes de gestores públicos nos grandes esquemas, que vão desde as montagens de estruturas das festas até a contratação de bandas sem o mínimo de transparência.

Fica a torcida para que a PF dê uma passada pelas aldeias  potiguares.

Quem sabe assim nós saibamos quem vive de desviar e usufruir dos recursos públicos, fruto do suor dos milhões de trabalhadores brasileiros.


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