Amauri,
Não poderia deixar de parabenizá-lo por essa histórica postagem.
A visita que fez ao maior historiador vivo de Mipibu me deixou com inveja.
Durante muito tempo, desde que li pela primeira vez o livro intitulado "História de São José de Mipibu" de autoria de Gilberto Guerreiro Barbalho, sempre tive muita curiosidade em conhecê-lo, saber se estava vivo, onde mora e o que faz.
Tomei conhecimento da existência desse livro quando, nos anos 90, na faculdade de sociologia, pesquisava sobre Mipibu. Consegui um exemplar autografado com monsenhor Antônio Barros (em memória), providenciei uma cópia que já li e reli inúmeras vezes.
Gilberto Barbalho foi citado por Câmara Cascudo em seus escritos históricos e culturais. Seu livro é a maior referência bibliográfica sobre a história de Mipibu. Trata-se de uma verdadeira relíquia histórica.
Quase tudo o que sabemos hoje sobre a nossa história foi registrado em seu livro. Em sua época ele teve acesso a informações documentadas que, em grande parte foram perdidas pelo desprezo que a gestão pública municipal tem pela sua memória e cultura.
Apesar de Gilberto ter deixado de residir em Mipibu, talvez pela necessidade de vencer na vida, tenho certeza que ele continua a amar a sua terra de origem.
Estamos devendo muito a esse homem. Já passamos da hora de fazer uma grande homenagem a este mipibuense que de tanto amar a sua terra, escreveu um belo livro sobre ela.
Nem precisava Amauri tê-lo reencontrado. Com isso, Amauri também presta um grande serviço. O Poder Público Municipal já deveria tê-lo encontrado há muito tempo e homenageado-o.
O grande legado que o historiador Gilberto Guerreiro prestou a Mipibu o torna digno das maiores honras que o nosso município possa fazer a um filho. Merece, ao menos, uma estátua, uma praça, uma rua, uma escola, uma biblioteca e a publicação de sua biografia.
Sei que ele não faz questão de nada disso, afinal, ficou e continua no silêncio durante todo esse tempo (mais de 50 anos). Felizmente ainda há tempo para corrigirmos esse grave e grande erro histórico.
Vale lembrar que o seu livro faz homenagem ao aniversário de 200 anos de vida administrativa, quando Mipibu deixou de ser uma simples aldeia para tornar-se Vila de São José do Rio Grande, o que ocorreu por determinação do Rei de Portugal, em 22 de fevereiro de 1762. Essa data ficou esquecida no calendário cultural da nossa cidade (há um calendário cultural na nossa cidade?).
No dia 16 de Outubro comemoramos a emancipação política, em que a Vila ascendeu (1845) à condição de Cidade, passando a ser chamada de Cidade de São José do Rio Grande, denominação posteriormente alterada para São José de Mipibu.
O dia 16 de Outubro costuma ser lembrado todos os anos e muitas vezes confundida com a data de fundação de Mipibu. Nesse caso Mipibu teria 166 anos de história, o que não é verdade. Os portugueses expulsaram dessas paragens primeiramente os franceses e posteriormente os holandeses entre o final dos anos 1500 e primeira metade dos anos 1600. Portanto, temos mais de 400 anos de história pouco pesquisada e remotamente escrita.
Salvo engano, não recordo que exista, em Mipibu, nada que homenageie esse cidadão conterrâneo. O seu livro teve apenas uma impressão e até hoje não houve quem escrevesse outro livro relatando a história de Mipibu. Aliás, mesmo que isso tivesse acontecido sua contribuição continuaria sendo única e insuperável.
De antemão, torno público os meus agradecimentos, na condição de cidadão, ao sr Gilberto Barbalho, pelo grande serviço que prestou a nossa cidade, ao pesquisar, escrever e publicar parte importante de nossa história. Bem como a Amauri, pelo belo feito de ter ido visitá-lo e trazer para nós a boa notícia de que vive o nosso maior historiador.
Clodoaldo Barbosa
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Meu caro Clodoaldo,
Quero agradecê-lo pelo brilhante comentário, algo que considero digno de pessoas desprendidas e capazes de reconhecer quem trabalha com seriedade.
Mais uma vez confesso que tinha uma vontade imensa de conhecer o nosso grande historiador, cuja figura sempre foi lembrada e citada por quem estuda e pesquisa as coisas de Mipibu.
Concordo plenamente com você sobre a realização de uma possível homenagem ao grande homem, algo que considero justo e necessário.
Brevemente conversarei com alguns amigos da terrinha para, juntos, levarmos essa ideia até as nossas autoridades.
Quem sabe alguma delas se sensibiliza e encampa essa proposta, e, tomara, num futuro próximo possamos realizar essa justíssima homenagem.
Um abraço,
Amauri Freire.
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