Bons tempos estes que vivemos quando todos recitam que é
preciso "ouvir a voz das ruas". Eu que sempre levei - e continuo
levando - minha voz para ruas e praças, não só quero ouvir, mas aprender com o
que estou vendo/escutando.
A primeira coisa que aprendi é que não é "a voz das
ruas", mas sim vozes. Muitas vozes. Assim mesmo, no plural. Essa
pluralidade, aliás, é uma das principais características das atuais
manifestações. É tarefa inútil querer reduzi-las a uma ou duas demandas.
Quem tem acompanhado as manifestações sabe da diversidade
das vozes que hoje gritam nas ruas. As centenas de cartazes levantados pelos
manifestantes atestam este fato. Não existe uma lista de slogans predefinidos.
As pessoas, convocadas pelas redes sociais de forma descentralizada e
horizontal, fazem seus próprios cartazes e com eles vão às ruas levando suas
reivindicações.
Analisando algumas fotos da grande manifestação ocorrida em Natal no dia 20 de junho passado identificamos pelo menos 251 slogans diferentes (confira aqui).
Essa variedade de vozes confere às manifestações uma
aparente falta de foco quando, na verdade, expressam a participação ativa,
cidadã e intransferível de cada um neste processo. Os múltiplos slogans podem
ser classificados em temáticas diversas que refletem demandas históricas da
sociedade brasileira.
É visível a disputa sobre o conteúdo e o significado da
agenda das ruas. Disputa ditada e condicionada por concepções políticas e por
um profundo e denso embate que reflete interesses e projetos diferenciados para
a sociedade brasileira.
Nunca é demais registrar que as respostas às demandas das
ruas serão definidas pela correlação de forças existente em nossa sociedade.
Nesses tempos de ‘facedadania’ me enfileiro juntos aos que,
nas ruas e infovias, querem o aprofundamento e consolidação do PAC - Programa
de Aceleração das Conquistas.
Mineiro - Deputado estadual/RN
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