Uma cidade vazia e melancólica em pleno 31 de dezembro
Quem é mipibuense e conhece a história e o passado dessa cidade, certamente haverá de concordar comigo diante do cenário que vimos e presenciamos ao longo dos últimos anos.
Nunca na história dessa cidade foi possível se constatar tanto descaso, tanto desprezo, por parte de um governo municipal com o seu próprio povo.
A prefeita Norma Ferreira, que foi gestora por longos oito anos, desdenhou de sua cidade de uma forma jamais vista.
Bugigangas da china eram as únicas coisas vistas pelo centro da cidade. Absolutamente nada da cultura local
Quatro estrelas de neon - única decoração natalina da cidade
A noite de ontem, 31 de dezembro de 2012, entrará para a história como uma das mais tristes e melancólicas da velha aldeia dos Mipibus.
Fiéis lotaram a igreja na missa da meia noite
Com excessão da missa da meia noite, brilhantemente celebrada pelo Pe. Matias Soares,
não havia absolutamente nada que lembrasse aquela São José de Mipibu,
onde a beleza e a pujança se destacavam no cenário potiguar, como uma
das mais belas e arrebatadoras noites de ano novo.
Pe. Matias fez uma pregação importante, chamando os fiéis para uma relexão sobre o momento atual
A Missa - único momento em que havia gente na rua
Tomada por lixo e fedentina por tudo quanto era lugar, com salários de servidores atrasados e sem nenhum motivo decorativo que lembrasse o período natalino, a cidade na noite de ontem era um vazio só.
Nem os "modernos" parques de diversão atraíam tanto as crianças, e nem podiam, tendo em vista o "liseu" de grande parte da população que ficou sem um tostão no bolso em pleno 31 de dezembro.
Triste sina de uma cidade que já foi uma das mais importantes do Rio Grande do Norte, desde os primórdios.
Mesmo quando era um aldeamento na segunda metade do século XVIII, São José se destacava na história do RN, tendo sido um dos cinco que se transformaram em vila por ordem do Rei de Portugal, com os símbolos jurídicos de autonomia local, os pelourinhos e com governos eleitos.
Com o nome de Vila de São José do Rio Grande, em fevereiro de 1762, por ordem do Juiz de Fora de Olinda, Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo, o velho aldeamento indígena passou a figurar entre as cinco primeiras vilas, juntamente com Vila Nova de Extremoz do Norte (1760), Vila Nova de Arez (1760), Vila de Portalegre (1761) e Vila Flor (1769).
Em 16 de outubro de 1845 transformou-se em cidade e passou a se chamar São José de Mipibu
Como vemos São José de Mipibu é uma cidade quem tem um passado importantíssimo no cenário histórico das terras potiguares, infelizmente tratado com muito pouco zelo pelo seu próprio povo.
Num dia como o de hoje gostaria muito de estar escrevendo um texto com outro teor.
Não pensem que me sinto bem em retratar e narrar essas inúmeras mazelas que nos cercam diariamente.
Pra ser bem mais sincero, é uma sensação deprimente e broxante ter que estar escrevendo algo com esse teor, sobre a cidade em que nasci, me criei e vivo até hoje.
Começa 2013 e com ele a esperança de um povo sofrido e abandonado, que vive acuado pela bandidagem e o avanço desenfreado da criminalidade e do tráfico de drogas, que mata quase que diariamente a população mais jovem, sem nenhum projeto ou programa social sério que vise modificar esse triste rumo.
É um grande desafio para o novo governo que se instala hoje.
Resgatar a alma de um povo, com a autoestima na estaca zero, triste e desiludido.
É tarefa dificílima, mas, foi com esse intuito que 11.045 mipibuenses deflagaram nas urnas no dia 07 de outubro de 2012 os nomes de Arlindo Dantas e Fernanda Moraes, para conduzir a cidade de São José de Mipibu em direção ao futuro, preservando o seu passado
Alguém já disse que, quem não preserva o passado não tem futuro.
Mãos à obra Arlindo e Fernanda, o povo de Mipibu apostou suas fichas em seus nomes.
Pelo amor de Deus não decepcionem os mipibuenses.
Para isso basta trabalhar com seriedade e afinco, sem olhar pelo retrovisor.
Repetindo.
A palavra é TRABALHO.
P.S. - Se vivo estiver em janeiro de 2017, espero estar escrevendo um texto com teor diferente.
Tomara Deus.